sexta-feira, 12 de dezembro de 2014


Esta semana foram divulgados os resultados dos trabalhos da CNV ( Comissão Nacional da Verdade ). Dentre as principais conclusões, chama a atenção o número de vítimas e a maneira de como pessoas se utilizaram de suas funções institucionais para tomarem de assalto o estado brasileiro. O período conturbado da política nacional, compreendido a partir da segunda metade do século XX, sempre se manteve submerso em meio as mares de informações e contra-informações. Localizar nas profundezas e trazer à tona a verdadeira história das décadas do julgo militar na política brasileira precisou de muitos cilindros de oxigênio.
Eduardo Guimarães, do blog da Cidadania, mergulhou na história e trouxe à superfície, de maneira simples e precisa, a verdade e as ordens dos fatos que mantiveram por décadas nossa liberdade submersa e ancorada nas profundezas das mentiras.

A divulgação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade produziu reações características dos envolvidos – direta ou indiretamente – com os crimes de lesa-humanidade cometidos pela ditadura militar. Diante da divulgação vexatória de atos como estupros de mulheres e homens e até tortura de crianças, os que praticaram aqueles horrores, ou as famílias dos que praticaram e estão mortos, inventaram uma “desculpa”.
A tese que os envolvidos com a ditadura tentam vender é a de que “os dois lados” seriam culpados pela violência que campeou no Brasil entre o início dos anos 1960 e meados dos anos 1970. Para entender a questão, primeiro há que definir quem são esses “dois lados”.
Um “lado” é facilmente identificável, pois é o Estado Brasileiro. Havia uma Constituição no Brasil em 1964. Ela estabelecia a forma como se constituem governos, a regularidade e a periodicidade de eleições, enfim, todo arcabouço legal que rege política e institucionalmente uma nação. Acesse o link abaixo para continuar a leitura.

http://www.blogdacidadania.com.br/2014/12/clube-militar-inventa-vitimas-da-resistencia-a-ditadura/#comment-1407419 

Minha observação ao texto

Esta adequação espaço-tempo é capital para determinar quem foram os verdadeiros terroristas. Aliás, permita-me fazer uma única ressalva no texto. O tal “Clube Militar” divulgou uma lista contendo a relação de vítimas dos “terroristas comunistas”. Pois bem, ainda que seja verdadeira esta lista, face a clareza que o resgate histórico dos acontecimentos revelou, ela deveria fazer parte do relatório da CNV e não do tal clube. Digo isto porque parte podre das forças armadas não estava no cumprimento do seu estrito dever institucional, ao contrário, conspiraram e agiram contra a pátria. Neste sentido, usar o corpo funcional do estado para a prática de crime contra a nação é expor a vida destes brasileiros. Por isso, esta tentativa canalha de jogar as vítimas militares na conta dos movimentos que defendiam a constituição é absurda. Os militares que perderam suas vidas no confronto, tal como os civis, todos foram vítimas de uma trama golpista criada e desenvolvida para tomar de assalto o estado democrático brasileiro. Portanto, cabe aos bandidos fardados, além de responderem pelas mortes de centenas de civis, responderem também por aqueles militares que, enganados, perderam suas vidas na falsa ideia de estarem na defesa da pátria.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014



A CONQUISTA DA CLASSE C – Parte V – Bandeiras da Direita

Desde o primeiro mandato do Presidente Lula as pesquisas mostram que a direita mais radical sempre representou entre 5 a 10% do eleitorado. As eleições de 2006 e 2010 mostraram que essa parcela da população, que possui elevado poder aquisitivo e grande influência junto à mídia, conseguia reunir mais 30 a 40% do eleitorado. Nas eleições de 2014, porém, a direita radical arrebanhou quase 45% do eleitorado. O discurso moralista, apoiado na proteção midiática sobre seus próprios malfeitos, jogou sobre o PT a pecha de partido mais corrupto. Mas a ideologia de direita também empunha bandeiras que encontram penetração nos medos e anseios da Classe C. O governo federal, que é socialmente de esquerda, não deve se furtar a tomar para si essas bandeiras e suavizando-as, implantá-las na medida do possível. Que bandeiras são essas e como tomá-las sem abrir mão da ideologia? É preciso pensar em uma série de reformas da sociedade brasileira e, para contribuir, apresentamos nossas propostas para apreciação: A Redução da Maioridade Penal: Podemos discordar dela, mas alguma coisa deve ser feita. Travar o debate beneficia a quem? Que alternativas há para que se possa evitá-la? A insegurança pública assombra os moradores das grandes cidades e as drogas já estão levando esse sentimento às médias e pequenas cidades. A experiência mundial, ao longo do tempo, mostra que as pessoas são capazes de abrir mão da própria liberdade quando estão com medo. E o medo é perceptível nas grandes cidades e regiões metropolitanas brasileiras, mais notadamente no Rio de Janeiro e São Paulo. Os presídios estão super-lotados, mas a percepção das pessoas é que a impunidade graça. Os programas de maior audiência da semana, antes do horário nobre, são os programas policiais onde o telespectador é bombardeado com a violência e a impunidade. “A polícia prende e a justiça solta”. Adolescentes infratores cometem as piores atrocidades e vão passar no máximo três ou quatro anos em instituições que são escolas do crime. Se não concordamos em reduzir a maioridade penal, ao menos é preciso aumentar o tempo de permanência do infrator no internamento de tal modo que a sociedade o perceba como uma forma de punição, além da ressocialização. Sugerimos ainda que o adolescente infrator que cometer assassinato, tráfico de drogas estupros seja julgado nas varas específicas, mas que o juiz possa estabelecer sentenças que sejam cumpridas parte no internamento e o restante em penitenciárias especialmente destinadas a receber este tipo de apenado. Nossa sugestão é que o infrator maior de 16 anos fique internado até completar 21 anos. E que o tempo de internamento e posterior prisão seja cumprido executando atividades de trabalho que sejam revertidas em benefício da sociedade. O cumprimento da sentença deve ser visto não como um tempo em que a sociedade “paga para que eles se divirtam”, como a ressocialização é comumente apresentada nos meios de comunicação. E que os rendimentos destes trabalhos sejam revertidos às famílias das vítimas. Para adolescentes infratores na faixa etária de 12 a 16 anos, sugerimos o Projeto Esparta, ao final deste texto. Reforma Carcerária: É preciso ir na mesma linha de mostrar à sociedade que o preso é produtivo e não apenas “sustentado por nossos impostos”. Presos de médio e bom comportamento, não condenados por crimes bárbaros, hediondos, de quadrilha ou tráfico de armas e drogas, deverão trabalhar em unidades agrícolas instaladas em terras municipais, estaduais ou federais, produzindo alimentos destinados às escolas públicas, hospitais públicos, creches públicas, etc. Também poderão trabalhar na construção de pequenas obras contra seca ou enchentes ena recuperação de vias de tráfego ou patrimônio público de uso comum, como praças, pontos de ônibus, etc. Metade dos rendimentos desse trabalho serão destinados aos familiares diretos do preso (esposa, esposo, filhos) e dois dias a menos de pena. Em todos os casos, os rendimentos e eventual redução de pena devem estar atrelados à produtividade e ao comportamento. A outra metade dos rendimentos será revertida para criação de um seguro, a ser pago às famílias de vítimas de crimes que resultem em morte ou incapacidade física, desde que os próprios familiares não sejam os autores do crime. Os presos condenados por crimes bárbaros, hediondos, de quadrilha ou tráfico de armas e drogas, deverão trabalhar dentro dos presídios, em atividades que não permitam acesso a ferramentas ou outros objetos perigosos. A produção de tijolos por pressão poderia ser uma opção, destinando a produção à construção de casas populares. Os rendimentos e eventual redução de pena devem estar atrelados à produtividade.Na próxima semana trataremos de uma das reformas mais necessárias: a judicial. E da composição de alguns tribunais, livrando-os da influência política. PROJETO ESPARTA
Adolescentes infratores na faixa etária de 12 a 16 anos (reincidentes), teriam sua guarda requisitada pelo Estado. Centros de Formação Social seriam criados e entregues à administração das Forças Armadas para receber estes jovens, educá-los, profissionalizá-los e transformá-los em soldados cidadãos. Esta formação consistiria no internamento em instalações de tempo integral, nas quais os jovens teriam instrução escolar, ensino profissionalizante, atividades artísticas e culturais e instrução militar. Ao completar 18 anos todos, inclusive as moças, prestariam o serviço militar obrigatório e os mais destacados seriam encaminhados às escolas de formação militar superior, e os demais encaminhados a estágios ou empregos na sociedade civil.
Já existe a ação direcionada à profissionalização dos recrutas, de forma que isso seria apenas adaptado ao novo público e ampliado. Os centros de formação devem ser localizados em áreas rurais, distantes das cidades, para que o contato externo se dê apenas com os familiares visitantes. A fiscalização destes processos de formação deve ser feita pelo MP, CTDCAs, CMDCAs, entidades de proteção aos adolescentes e de direitos humanos.

Fonte: http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR5.html


Crédito da imagem: Blog do Altamiro Borges
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/12/trabalho-escravo-na-casas-pernambucanas.html

sábado, 29 de novembro de 2014

O PIG, A REALIDADE E O SUBCONSCIENTE



Esta semana estive em uma agência da Previdência Social a fim de sanar algumas dúvidas com relação a minha aposentadoria. Não aos 37, mas aos 53 anos de idade, aliado a 35 de contribuição, pretendo requerer meu benefício previdenciário. Pois bem, o primeiro contato foi no bacão de triagem. Um senhor bastante educado e atencioso deu-me as informações preliminares de maneira clara e simples. Encerrada esta etapa, fui por ele direcionado ao local onde receberia as informações complementares. Todavia, antes de deixar o balcão, apenas para efeito de ciência e preparo, indaguei ao educado senhor se havia alguma previsão de tempo de espera para o próximo atendimento. Olhando para a tela do computador disse-me ele: São apenas sete pessoas à sua frente. Penso que não será demorado. Puxa ! Exclamei ao atencioso funcionário. Como mudou o INSS ! Hoje tenho até a informação aproximada sobre o tempo de espera para o atendimento. Ele riu e completou: Mudou bastante. Confesso que fiquei intrigado com a frase e não pude resistir a tentação de lhe perguntar sobre seu tempo de trabalho naquela agência. Trinta e um anos. Respondeu orgulhosamente o senhor educado. Nossa ! Trinta e um anos é um bocado de tempo. Então o senhor já atravessou diversos governos. Sim, vários. Olhei para minha retaguarda e vi que a fila não havia crescido muito. Arrisquei outra pergunta, não exatamente com as palavras que vão à frente, mas notadamente com o mesmo sentido. O senhor iniciou aqui suas atividades quando o país ainda era administrado por uma ditadura militar. Viu posteriormente uma administração tida como transitória. Sentiu os efeitos dos governos Collor e Itamar Franco. Vivenciou o surgimento e o ápice do neoliberalismo de FHC e hoje, três décadas depois, encontra-se inserido numa adminIstração petista. Em suma, Qual delas o senhor achou melhor ? Ele respirou e, sem muito pensar, respondeu: Olha, para nós funcionários e para a população que aqui atendemos melhorou muito com esta última administração. Que bom que melhoramos, disse ao atencioso funcionário. Contente, mas também preocupado com a retaguarda, agradeci as informações e a paciência do senhor e peguei a senha de atendimento. Todavia, quando já me virava para deixar o local de triagem, o educado senhor completou sua resposta. Viu ! Pra nós e para a população melhorou, mas deixo claro que para o Brasil o PT está sendo um porcaria. Levantei as sobrancelhas admirado com o que acabara de ouvir, agradeci novamente a atenção e fui, rindo evidentemente, para o local do atendimento.