Esta semana foram divulgados os resultados dos trabalhos da CNV ( Comissão Nacional da Verdade ). Dentre as principais conclusões, chama a atenção o número de vítimas e a maneira de como pessoas se utilizaram de suas funções institucionais para tomarem de assalto o estado brasileiro. O período conturbado da política nacional, compreendido a partir da segunda metade do século XX, sempre se manteve submerso em meio as mares de informações e contra-informações. Localizar nas profundezas e trazer à tona a verdadeira história das décadas do julgo militar na política brasileira precisou de muitos cilindros de oxigênio.
Eduardo Guimarães, do blog da Cidadania, mergulhou na história e trouxe à superfície, de maneira simples e precisa, a verdade e as ordens dos fatos que mantiveram por décadas nossa liberdade submersa e ancorada nas profundezas das mentiras.
A divulgação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade produziu reações características dos envolvidos – direta ou indiretamente – com os crimes de lesa-humanidade cometidos pela ditadura militar. Diante da divulgação vexatória de atos como estupros de mulheres e homens e até tortura de crianças, os que praticaram aqueles horrores, ou as famílias dos que praticaram e estão mortos, inventaram uma “desculpa”.
A tese que os envolvidos com a ditadura tentam vender é a de que “os dois lados” seriam culpados pela violência que campeou no Brasil entre o início dos anos 1960 e meados dos anos 1970. Para entender a questão, primeiro há que definir quem são esses “dois lados”.
Um “lado” é facilmente identificável, pois é o Estado Brasileiro. Havia uma Constituição no Brasil em 1964. Ela estabelecia a forma como se constituem governos, a regularidade e a periodicidade de eleições, enfim, todo arcabouço legal que rege política e institucionalmente uma nação. Acesse o link abaixo para continuar a leitura.http://www.blogdacidadania.com.br/2014/12/clube-militar-inventa-vitimas-da-resistencia-a-ditadura/#comment-1407419
Minha observação ao texto
Esta adequação espaço-tempo é capital para determinar quem foram os verdadeiros terroristas. Aliás, permita-me fazer uma única ressalva no texto. O tal “Clube Militar” divulgou uma lista contendo a relação de vítimas dos “terroristas comunistas”. Pois bem, ainda que seja verdadeira esta lista, face a clareza que o resgate histórico dos acontecimentos revelou, ela deveria fazer parte do relatório da CNV e não do tal clube. Digo isto porque parte podre das forças armadas não estava no cumprimento do seu estrito dever institucional, ao contrário, conspiraram e agiram contra a pátria. Neste sentido, usar o corpo funcional do estado para a prática de crime contra a nação é expor a vida destes brasileiros. Por isso, esta tentativa canalha de jogar as vítimas militares na conta dos movimentos que defendiam a constituição é absurda. Os militares que perderam suas vidas no confronto, tal como os civis, todos foram vítimas de uma trama golpista criada e desenvolvida para tomar de assalto o estado democrático brasileiro. Portanto, cabe aos bandidos fardados, além de responderem pelas mortes de centenas de civis, responderem também por aqueles militares que, enganados, perderam suas vidas na falsa ideia de estarem na defesa da pátria.